terça-feira, setembro 20, 2005

Ausências

Ultimamente o blog tem sido um bocado negligenciado, isto porque aqui nas terras de Leiria o acesso à internet não é tão facilitado...Sempre foi um passatempo meu quando ando de carro reparar nos nomes (muito originais) que os nossos antepassados e conterrâneos chamaram aos nossos ajuntamentos de habitações...Agora todos os dias são 40 Km, o que me dá imenso tempo para reparar nestas coisas..

Aqui para os lados de Leiria há uns engraçados como : Curvachia , o que é bastante sugestivo talvez assim chamado por que se ouve uma chiadeira nas curvas... (que até seria uma expliação aceitável não fosse não existir uma única curva na povoação), Valhelhas nesta nem me arrisco a oferecer uma explicação, Maguagia , sabe lá porquê,´Água de todo ano em Ferreira do Zêzere (onde parece haver mesmo água todo ano, não ficasse próximo da albufeira da barragem de Castelo de Bode) por oposição à Água todo ano de Ponte de Sôr(que curiosamente não tem água todo ano).

No resto do país de notar uma Espiçandeira (acho que é assim) lá para os lados do toni, os internacionalmente conhecidos Sarilhos Grandes e Sarilhos Pequenos (nestas é preciso ter especial cuidado à passagem porque pode dar muitos sarilhos...)

sexta-feira, setembro 02, 2005

Recorde nos 2344

Estabeleci na minha vida um novo recorde de altitude, aos 2344 metros nos Horcados Rojos, que quase não ia conseguindo chegar, não fosse a ajuda do meu fiel companheiro cajado (não pensaram que era o Toni…). (António não leves a mal, obrigado pela ajuda física e psicológica)

O caminho tenho de confessar foi muito duro e em algumas partes talvez um pouco perigoso, mas a grandiosidade da paisagem que me rodeava fazia com que todo o esforço valesse a pena ao mesmo tempo que me dava ânimo para a subida interminável (curva após curva) de um caminho de cabras, entre visões fugazes de picos a rasgarem os céus , com cores diferentes entre o cinzento, alaranjado e o branco encandeador da neve!


Eu estive la Posted by Picasa

Nuestros Hermanos

Depois de uma semana em Espanha, confesso que a minha impressão dos espanhóis e de Espanha melhorou substancialmente. Há muita coisa que nós, Portugueses podemos aprender com os nuestros Hermanos, se bem que no que diz respeito à alimentação eles estão a anos-luz dos Portugueses... (para mais esclarecimentos - blog do Toni)

Percursos marcados e bem indicados, estradas com boa sinalização seriam uma visão em Portugal…
Por exemplo no que diz respeito às rodovias: primeiro são muito melhor que as nossas (as autovias em muito ultrapassam o actual estado da A1), segundo não são pagas (a excepção de muito poucas que se contam pelos dedos). Depois também há o que eles lá chamam de carreteras de montaña, que são supostamente mais perigosas, que são bem melhores (em todos os sentidos) que muitos dos nossos IP’s e IC’s.
E claro a cereja no topo do bolo, o que eles chamam de camiños rurais peligrosos, que equivalem a caminhos de terra batida sem buracos, muito melhores que algumas estradas municipais pelo país a fora.

Há também que referir a quantidade de túneis que existem num troço de estrada Autovia e estradas nacionais, relativamente pequena (aliás na nova A66 em direcção a Palentia, o traçado é sempre a direito: túnel – viaduto, curvas? Isso é só para as estradas dos Portugas…).

Outro aspecto são os sinais recuerdo nas estradas nacionais espanholas. De x em x metros aparecem sinais a recordar aos condutores os limites de velocidade, sinais de circunstância como por exemplo: gado bravo, queda de blocos rochosos… Chego à conclusão que os condutores devem ter muito melhor memória dos que os espanhóis. Cá gastar dinheiro em recuerdos

Ah e é claro, as buchas…Pois é, até nisso os espanhóis nos ganham, é que nós cá em Portugal nem fazemos piqueniques, não usamos a bela da geleira com a buchinha para comer a meio caminho…e mesmo que houvesse vontade, teria de ser mesmo à beira da estrada...Os parques de merendas são escassos...
De facto, nas carreteras cerca de 5 em 5 km existem espaços, com mesas, caixotes do lixo, agradáveis e bem arranjados e quase sempre com o uma bela paisagem, para parar e comer uma buchinha…

Lugar onde a terra toca o céu

Este ano nas minhas férias decidi ir mais longe…ir à aventura para um local a 918 km da minha casinha… São as primeiras montanhas a serem avistadas por quem entra por mar na Europa, daí o seu nome: Picos da Europa.

Fuente De Posted by Picasa


È a terra de picos que se elevam até aos 2648 m, dos desfiladeiros abruptos e grandiosos (dos quais é difícil desviar o olhar), de rios límpidos, vegetação exuberante, das brumas que nos invadem do momento para outro, de animais equilibristas e com tendências suicidas, de uma variedade invejável de queijos, doces, enchidos, da sidra, de calhaus a Potes (que ironicamente é proibida a recolha)…de aldeias perdidas no sopé de serras.

Sem dúvida um destino obrigatório, mesmo para os mais comodistas…

Ninguém consegue ficar imune aos seus encantos, eu senti-me esmagada pela grandiosidade e magnificência de toda a paisagem que me rodeava esculpida pelas intempéries através dos tempos…

Uma visão que fica para sempre gravada na mente de quem os visita.

Religião férias…

È do acordo comum que depois de um ano (para outros até mais) a trabalhar, por mais que o emprego que se tenha seja bom e aquilo que se faça seja recompensador, o trabalhador ordinário precisa de férias…

Há aqueles que preferem o modelo praia que inclui a posição de “papo para o ar” o dia inteiro e intenso trabalho de fazer banhos de sol e de vez em quando molhar o corpo (não muito porque a água é muito fria, exceptuando é claro as águas do Algarve, que nesta altura do ano estão pejadas de gente). O único problema do Algarve/Portugal nestas alturas é mesmo:
1- as praias estão tão cheias de gente, que um metro quadrado de espaço para pôr a toalha já é muito;
2- o incomodo de ser vítima de tempestades de areia que se levantam cada vez que alguém se lembra de sacudir a toalha;
3- as birras das crianças, cujos pais não ligam nenhuma;
4- o pedir licença constante para de deslocar apenas alguns metros.

A opção é mesmo é ir para águas mais geladas, mas a confusão diária mantêm-se…

Pessoalmente gosto muito de praia, acho que era incapaz de viver muito longe do mar, gosto do som relaxante, calmo da rebentação das ondas, portanto para mim a altura ideal para fazer praia é ao fim da tarde, quando todos já foram embora, tenho mais espaço a medida que a praia vai ficando deserta…

Mas isto para mim não são férias, isto faço eu o ano inteiro…O que realmente gosto de fazer em férias é passear, caminhar, conhecer locais diferentes dos que habitualmente vejo. Mas poucos são aqueles que não tremem com a ideia de algum esforço físico… (afinal férias são para descansar…). Eu pelo contrário vibro com essa ideia…

O ideal mesmo é um intermédio dos dois…

quinta-feira, setembro 01, 2005

O pisca-pisca…

Quem já não viu uma fila enorme a formar-se por causa de acidente!!! O mais engraçado na maioria dos casos, é que o acidente é só num sentido mas a fila forma-se nos dois sentidos, e isto porquê? Porque Tuga que é tuga, pára ou anda bem devagarinho para ver bem a desgraça alheia.

Vendo isto, chateia-me um bocado as enésimas vezes que perco tempo de qualidade atrás de um volante a fazer literalmente nada, por causa dos sensacionalistas…

E depois há também telejornais como por exemplo o da TVI, que vive inteiramente da exploração dos casos de desgraça portugueses, e depois disto eu penso…

Será que nós, Portugueses, precisamos de ver diariamente a desgraça alheia que nos sentirmos bem? Nem que seja para pensar que há gente em pior que eu?